Todos os conceitos são legais e diagramam perspectivas interessantes, mas o que realmente me apaixona nesse século XXI é ser informação. Deixamos de usar dos meios para realmente sê-los.
O Skank interpreta uma linda música chamada ‘Ali‘, em que um rapaz imagina que uma menina de batom caqui pode ser o amor de sua vida, enquanto simplesmente ela passa pela sua frente. A música lançada no Maquinarama, de 2000, retratava uma situação corriqueira da vida, quando o acesso à rede no Brasil e no mundo ainda era para poucos.
Acontece que, se não vivíamos a era da informação nos anos 2000, agora podemos dizer que simplesmente somos ‘a própria’. A BBC inglesa mostrou o exemplo do Tubecrush.net, um blog londrino em que são enviadas fotos de pessoas pelas quais alguém se apaixonou perdidamente por alguns minutos, mas que tem alguma certeza de que jamais o/a verá novamente (o típico amor à primeira vista).
Proponho uma nova ótica sobre essa sociedade, já que não vivemos iluminados por meio diferente, ou mesmo movidos a alguma máquina excepcional. Na verdade, nós somos essa era: nossas fotos, gostos, gestos e apelos, enfim, nossa informação é alvo de comunicação, que promete ter sua tecnologia melhorada para consequente maior transferência de nossos dados. Esse ‘loop’ possibilita a produção infinita de nova tecnologia, já que usuários e desenvolvedores podem ser as mesmas pessoas, como é o caso do blog relacionado [CASTELLS, Manuel. The rise of the network society. 2nd ed., Information age (v.1). Wiley-Blackwell. p.31].
A sociedade da informação está então designada à evolução infinita – desde que exista liberdade para tanto. Essas discussões, por outro lado, são eternas em quaisquer sociedades.
Em tempo, uma consideração pessoal: a música ali acontece na sociedade romântica da informação.